domingo, 25 de setembro de 2022

O Milagre do Encontro


Estar junto de novo, de novo e... de novo!


A saudade revela a finitude dos ciclos. O que me faz lembrar dos momentos vividos que não voltam mais. Em tempo: cada minuto é valioso, cada encontro é único, não se repete por mais que nos reencontramos. O futuro não depende de nosso querer. O amanhã nunca será como hoje. Ou pior, pode não acontecer.

E pensar que as pessoas reclamam da correria do dia a dia, da falta de tempo e o perdem olhando telas digitais do que admirando o céu. Preferem a interação por mensagens que falar olhando nos olhos. Se  acostumam com um breve “like”  e esquecem do toque das mão, de um abraço. Não lembram do quão reconfortante e recuperador  é o contato dos lábios. Um beijo!

Por isso não perco essa necessidade de estar junto de novo, de novo e... de novo!

 ecobueno

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Na Pandemia




Nesses tempos conturbados

Em que estamos sempre ocupados

E ao mesmo tempo tão isolados

Ou ocultos nessa nova moda

De mascarados

Ainda assim é possível tirar

Algo de bom disso tudo

Sim podemos olhar

Mais para os olhos

E tentar entender

O que eles nos dizem

Quando estiverem

Lacrimosos

Ou brilhosos

E descobrir que nunca

Nos importou tanto

Três palavrinhas

Tão simples

Porém, tão poderosas:

Você está bem?


ecobueno




terça-feira, 24 de março de 2020

Tira-me Para Dançar



Nesse momento de apreensão
Dissonante de quase solidão
Não esqueça: Tira-me pra dançar!
Envolva-me em teus braços
Firmes, suaves, ritmados
Dissipa-me esse crepúsculo enevoado
Tal qual vaga-lumes que faíscam
Sob a luz da lua, prateados
Sobre o chão enluarado, dance
Mesmo sem o toque da tez
Conduza-me no teu ritmo
Dissipa-me  esse escuro
Traga-me a luz do futuro
E nesse baile ensimesmado
Que hoje nos é dado
O som que ecoa distante
São dos seus beijos
Tão estridentes
Quanto imaculados
Dance, dance, dance...
Sem o vírus do medo
Pois preciso dos seus braços
Mesmo que imaginários.
A me embalar.
Tira-me para dançar...

ecobueno


sexta-feira, 20 de março de 2020

COVID-19 - Março 19/20


Em meio a toda essa situação inédita e tão preocupante que estamos atravessando por causa do Covid-19, cada pessoa sabe da sua necessidade. É pertinente que façam seus relatos, deem suas opiniões, exponham suas dúvidas, tentem buscar uma saída, critiquem, condenem, aplaudam, enfim... são livres para expressarem seus sentimentos.
Mas, num momento como esse, as autoridades precisam tomar decisões rápidas e buscar uma solução que possa proteger o maior número de pessoas possível, mesmo que não venha a atender todas as necessidades individuais, até porque seria impossível. Isso não é uma questão ideológica de direita, esquerda, religiosa, ou uma escolha desse em detrimento daquele. É uma questão de sobrevivência!
Estamos diante de uma pandemia, milhares de pessoas morrendo, os sistemas de saúde estão colapsados em alguns Países devido à demora das autoridades em tomar as providências e até por pessoas que, mesmo cientes, as negligenciaram. Na China, onde as mesmas medidas foram tomadas e levadas a sério, já não estão ocorrendo novos contágios.

Sim, é verdade que ao restringir a circulação e o contato social, decretar quarentena, os que sofrerão com tais medidas serão os mais necessitados, financeiramente. Porém se nada for feito, serão essas mesmas pessoas que por não terem a chance de atendimento médico, devido a enorme demanda e, inevitavelmente, perderão a vida por falta de condições. 
Essa fase com certeza passará, mas só teremos algo a comemorar, se não deixarmos um número tão grande de nossos semelhantes, pelo caminho. E isso só acontecerá se fizermos nossa parte. Então, dentro do possível, temos que seguir as orientações, procurar manter a calma e quando for preciso, buscar ajuda.
Essas medidas, num primeiro momento, parecerem exageradas, alarmistas, catastróficas, superdimensionadas – “coisa da imprensa”, nas palavras daquele que deveria dar o exemplo, por ser a maior autoridade do País -  mas elas estão sendo tomadas por médicos, especialistas, autoridades sérias que tem todas as estatísticas e o conhecimento ao seu dispor.
Temos que ganhar a guerra contra o vírus e isso também depende de cada um de nós.

Força e esperança a todos!
ecobueno20


terça-feira, 21 de janeiro de 2020

O que é O que é? Vida! (Gonzaguinha)

Nesses tempos em que o ter é mais importante que o ser. Essa polarização onde as "razões" se sobrepõe umas às outras, as teorias conspiratórias, a exclusão pura e simples e, mesmo em meio a tantas selfies sorridentes a solidão se faz tão  presente, fica a questão: O que é a vida?

Empresto de Gonzaguinha, a bela canção O que é o que é, para tentar ilustrar: “E a vida, o que é diga lá meu irmão”. Mas como sou humano, com poucas virtudes e muitos defeitos, em alguma parte do caminho (a vida), para certas questões, sempre faltará respostas.

Mas isso não impede “De ser um eterno aprendiz”: pois existem razões que a própria razão desconhece. Quantas vezes me sinto só  com meus fantasmas que insistem em me assombrar? Quantas vezes me olho no espelho e não me reconheço? Quantas vezes, digo impropérios que não devia? Quantas vezes a fraqueza se torna mais forte em mim e penso em desistir? Quantas vezes, me pego criticando outrem, sem perceber que tais críticas só servem a minha pessoa? Ah! Quantas vezes vejo defeitos no outro por não poder enxergar a ponta do meu próprio nariz?

“Ah meu Deus, eu sei, eu sei” Se hoje alguém te desprezou, te ignorou, te decepcionou não leve isso como ofensa ou derrota pessoal. Pense de outra maneira: às vezes, somo nós que depositamos as melhores expectativas sobre o que queríamos que o outro fosse. Pensando assim, aprendemos a não esperar do outro o que ele não pode nos oferecer. Mesmo com toda a mesquinhez e limitações que a natureza humana nos concede,  a exclusão de alguém em detrimento de outrem jamais deveria ocorrer. Sem contar que isso, um dia, pode retornar com mais força à quem praticou.  Afinal o mundo gira.

“Que a vida devia ser bem melhor e será”: Sim, mas imagine quantas pessoas você consegue unir com esse jeito único de ser. Pessoas que esperam ansiosas por sua presença, suas palavras ou simplesmente pelo seu olhar.  Pense nessas vidas que, mesmo tendo suas próprias histórias, seus dilemas, seus anseios, seus medos, frustrações, estão ali por uns momentos de alegria ao seu lado.  Isso é maior que qualquer intriga que possam querer (se fosse possível) tramar contra você.

“Mas isso não impede que eu repita” : Está sozinho(a)? Bem, estou nessa jornada da vida a algum tempo e, como observador, pude ver muito(a)s “admiradores” passarem. Sonhos e projetos que não vingaram, derrotas e pseudos amores que se sucederam e sucumbiram, mas a vida continua. Isso não é por acaso. Ter a verdadeira vocação e fazer a diferença, sem precisar de falsos brilhantes (bajuladores) é pra poucos.

Sim, "Há quem fale que a vida é um nada no mundo" e nesses momentos, bate o desanimo, as criticas nos parecem ácidas, desconstrutivas, mas pense nisso como parte do aprendizado. Construímos, assim, essa coisa que é tão nossa e de mais ninguém, a vida! Então vamos à ela, sem ficarmos nos apegando a certos problemas que só trazem atrasos e questionamentos sem respostas!

Acredite, não existe um complô ou uma conspiração maquiavélica que fica sorrateiramente pelos cantos, porões, ou que tais, articulando sua derrocada. Até porque não seria possível. Afinal sua importância, encanto, brilho e unicidade  não está ao alcance de tais mesquinharias. Por isso, quando tudo me parece difícil "Eu fico com a pureza da resposta das crianças, é a vida é bonita é bonita "!



ecobueno

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Ágatha ( A Culpa é de Quem?)


Me desculpe,  Senhor Governador. Não! Não foram só os “maconheiros", traficantes e viciados que mataram a menina Ágatha e tantos outros! E sim a sua política de (in)segurança pública, inescrupulosa, truculenta e assassina, que favorece o confronto.  Essa política que não preza pela vida dos inocentes das comunidades pobres, onde a maioria são pretos pobres e tão pobres pretos. Afinal, a mesma política que deveria zelar pela segurança, com seu discurso de enfrentamento, deixa a sensação de que é correto atirar a esmo. Que sobrevoa a comunidade e dispara com fuzis lá do alto sem discernir o seu alvo. Ou a mesma politica que o faz aterrissar com seu helicóptero em plena ponte Rio Niterói e sair com punhos em riste, comemorando a morte como se fosse um gol. Esse tipo de comportamento não resolve o problema, só o agrava e, consequentemente leva a brutalidade, engrossando os índices de mortandade.

É repugnante acompanhar sua coletiva de imprensa onde o senhor destila sua empáfia e arrogância, dizendo que manterá sua politica de confronto. É o escárnio com a vida alheia. Quando o senhor afirma que são os consumidores de drogas que cometeram o crime, está incentivando a rudeza daqueles que deveriam cuidar da segurança. Seria uma senha para continuar com a sua demagogia irresponsável rumo a 2022? 

Não adianta invadir o morro dessa forma, não é num filme de ação. Caso o senhor não saiba, o morro não é um amontoado de marginais, ali, a grande maioria, são de pessoas que trabalham, estudam, ou seja, são famílias. Família que o senhor diz tanto defender em seus discursos.  Gostaria de saber qual é o seu significado de família.

Nas raras vezes, em que ouve uma operação militar que não fosse nos morros, essa “virilidade” toda não foi constatada. Claro, afinal nos condomínios de bairros nobres, não existem consumidores de drogas, compradores de armas (117 fuzis), chefes de milícias e do trafico.  Ah sim, senhor Govenador, lá moram as “famílias” de bem de que tanto o senhor fala, não são pretos pobres e tão pobres pretos.

Sim, policiais morreram  também, mas não é por outras razões senão a esse estado de beligerância, o enfrentamento sem inteligência que é defendido por muitos simplistas, como a solução para os males há muito instalado no Estado.  E não adianta culpar a imprensa a esquerda, ou quem quer que seja. O senhor é a autoridade máxima, lembra?

Até quando viveremos essa barbárie? Até quando os discursos populistas e autoritários de governantes que deveriam ser conciliadores e propositivos ecoarão? Até quando os pretos pobres e tão pobres pretos terão sua dignidade aviltada por aqueles que deveriam assegurá-la? Até quando a indiferença, a truculência e agressão com as questões sociais para as classes mais desamparadas continuarão?  Até quando a culpa será sempre dos outros e nunca daqueles que estão no comando? Até quando culparemos as Ágathas que se colocam no meio do caminho “atrapalhando o tráfego”?

Não! Senhor Governador, a culpa não é dos outros, a culpa é sua, sim! 

ecobueno

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Trajetória 5.1


Quando nascemos, saber o que seremos, quando, como ou aonde chegaremos, é impossível. Afinal, somos amparados por outras mãos, guiados por outros olhares, apresentados ao mundo e moldados culturalmente aos gostos, desejos e anseios já existentes, até atingir uma determinada maturidade – que pode variar: para uns chega prematuramente, para outros, é mais tardio e para algures, parece nuca chegar - até que possamos, talvez, decidir por nós mesmos. 

Do nascimento até a vida adulta, são tantos caminhos e suas variáveis, encruzilhadas, esquinas, ruas sem saída, becos sombrios, pedras e espinhos. Tudo conspira para nos tirar dos “trilhos”. Mas, quando chega esse momento, de seguirmos nossos próprios passos, mesmo que percorramos vários caminhos, tantos outros que jamais serão, seja porque não nos agrada, não nos pareça o correto, por parecer o mais distante, por ser o mais curto e menos interessante ou simplesmente porque seja impossível, nesse período (existência) percorrer todos eles. Mesmo assim, temos que insistir, pois qualquer um pode ser o caminho para o amanhã. É o nosso aprendizado. A liberdade!


Nesse tempo, rumo ao amadurecimento, cada ano que aniversariamos, teremos a composição dos sonhos, desilusões, sorrisos, lágrimas, alegrias, tristezas, conquistas e decepções. Ganharemos amigos e descobriremos inimigos. Os amores que achávamos eternos se tornam efêmeros e, quando se vão, a dor nos parece não ter fim (ah! como sofremos). E as mãos que outrora nos amparavam, os olhos que nos guiavam e nos apresentaram a esse mundo tão desafiador e complicado, inexplicavelmente precisam partir. Mas, como o tempo não para, apesar das quedas, dos erros e dores, mais maduros, cheios de cicatrizes e marcas do tempo, temos que seguir tentando, sonhando. 

Assim a vida, muitas vezes, pode nos parecer uma loucura inconsequente. Mas não! Ela é essa aventura estritamente delirante, envolvente e impressionantemente apaixonante. Obrigado, tempo, por mais um ano que me concedeste para seguir esse caminho, Vida! 

ecobueno